sábado, 31 de março de 2007

Natal de quem?


Dezembro, festas de fim de ano, confraternizações de trabalho e faculdade, agitação nas ruas e nos centros comerciais. A mídia vende-nos a necessidade de presentes, de oportunidades de compra a prazo com pagamento depois do carnaval, mostra comerciantes falando da expectativa de superar vendas de anos anteriores. A ceia de Natal é planejada antecipadamente, o consumo de carnes de animais cresce em proporções significativas. As famílias se reúnem em torno da mesa farta, trocam-se presentes, dão-se o clássico “feliz Natal” e depois acabou. As pessoas vão dormir e esperar a próxima festa, o Ano Novo, onde outras expectativas serão criadas. Desse falamos depois.Muito pouco tenho escutado falar no nome daquele que seria o aniversariante da noite. Muito se tem falado em Papai Noel, figura que dizem remeter a São Nicolau, pela tradição de distribuir coisas. Precisava-se de alguma figura simpática que de alguma forma desse respaldo para o homem do trenó. Mas a pergunta que fica é: de quem é o Natal, de Jesus ou de Papai Noel? A resposta pode surpreender a muitos, mas eu diria que atualmente, para a maioria é de Papai Noel! Explico-me. A ênfase que temos dado a essa data tem sido a de troca de presentes, a reunião onde as pessoas estão preocupadas em comer bem, receber e dar presentes. Assimilamos de forma não pensada, inconscientemente, a onda de que o mais importante é ter coisas, acumular. Nunca como nessa época, as propagandas do comércio são tão incisivas. É um Natal interesseiro onde a mortandade de animais e a super-exploração de certos trabalhadores é intensa.O Natal de Jesus é vivido por algumas pessoas. É o dia em que homens de boa vontade saem de si mesmo para socorrer aqueles que passariam a noite sem se alimentar. É o dia que se distribui solidariedade e respeito humano. É o dia de reflexão e lembrança de Jesus e seus exemplos. O Natal que pensa no outro. Coletivo, não individualista. Que acredita que a felicidade é direito de todos e que impossível alguém dispor dela de forma isolada. Esse Natal não vai longe, está mais perto do que imaginamos, porque já vivido por alguns. Um dia, a depender de nossos esforços, será o de todos. Depende de nós!

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