sábado, 31 de março de 2007

Cristianismo do Cristo ou dos homens?


Não existia projeto de escrever nada hoje. Depois do último dia na faculdade, onde tive uma excelente surpresa com a nota de uma matéria, chegara desgastado com o calor do Rio de janeiro e, nos preparativos da janta, percorri os canais e encontrei algo que sempre me incomodou. Um programa de tv de uma denominação cristã onde se vinculava da forma mais clara possível a relação entre prosperidade financeira e a vinculação do indivíduo ao Cristianismo. Todas as vezes que assisti a esse programa, que traz depoimentos de pessoas que supostamente (não afirmo porque não tenho elementos de certeza) teriam encontrado o equilíbrio e posteridade financeira depois da adesão à denominação, sempre ocorreram-me reflexões a respeito. A primeira diz respeito ao fato de que o homem que inspira esse movimento, Jesus era pobre, nascido em um lugar onde se recolhiam os animais. Um homem que vivera toda a sua vida na pobreza, sem a menor preocupação de acumular bens materiais. Queria sim cumular de felicidade os corações que o cercavam, com o seu exemplo de amor e humildade com que pautou sua vida. O homem que afirmou que não possuia uma pedra onde repousar a cabeça. Não me consta que a prosperidade financeira estivesse na pauta da mensagem de Jesus. Pelo que me lembre, ele pontua a dificuldade que representa o ser humano deter grande soma de bens, quando fala na dificuldade dos ricos ingressarem no Reino dos Céus. Outra reflexão que me ocorre é que no atual estágio que vivemos, onde nosso modelo é o capitalista, essa idéia de ampla prosperidade para um grande número de pessoas é inviável, não se sustenta por tudo aquilo que assitimo nos meios de comunicação como as crises econômicas, baixos salários, desemprego, perda de direitos trabalhistas, sucateamento de serviços públicos, etc que ocorrem em escala mundial. O abismo que separa os que tem muito recurso e aqueles que tem pouco aumenta. Assim sendo, como sustentar o argumento que vincula o Cristianismo, uma mensagem que nunca se propôs a exaltar a acumulação de dinheiro e bens (me refiro ao Cristianismo do Cristo e não o dos homens) com a prosperidade financeira que essa instituição coloca como uma espécie de recompensa ou prêmio por conta da vinculação a seus quadros? Como conciliar essa suposta prosperidade com tudo aquilo de dificuldades que vivemos e acompanhamos pelas mídias? A resposta a essa pergunta e a que deu o título a nosso escrito não será dada por escrito. Nascerá na consciência de quem ler e refletir sem preconceitos o conteúdo dessas linhas. Paz e Bem a todos!!!

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