sábado, 26 de abril de 2008

Máquina de morte polui ainda mais Baia da Guanabara


O porta-aviões norte-americano George Washington chegou na cidade do Rio de Janeiro no dia 21 de Abril. Temos o desprazer de ter manchada a paisagem, que apesar da poluição da Baia da Guanabara, é ainda muito bonita. Vieram participar de um exercício militar junto com nossa Marinha e a da Argentina.


Quando passei quase ao lado desse mostro, na quinta-feira última, vieram-me a mente duas reflexões. A primeira é de que seria facílimo para os terroristas internacionais que não se assumem enquanto terroristas, se eles quisessem, tomar a cidade. Penso que seria em questão de minutos, menos de uma hora seguramente. Aquela máquina ali parada (e em qualquer parte do mundo onde esteja) tem quase que a função de nos dizer, sem palavras, a desproporção de forças e a agressividade dos governantes desse país, bem como de sua população (vale lembrar que os governantes se elegem pelo voto). Tem também a não assumida função intimidatória, pelos locais por onde passa.


Outra reflexão também que me ocorreu foi pela quantidade de mortes que esse mostro metálico já provocou no mundo. Em quantos locais de conflito essa coisa já esteve? Quantos aviões que destruiram lares e sonhos já partiram dele? Quantas toneladas de pólvora já transportou? Quanta de energia nuclear transporta (me refiro a bombas) para destruição? Quantas lágrimas já provocou em seres humanos? Confesso que me senti um pouco mal com isso tudo. Meu ônibus ia passando pela Ponte Rio-Niterói e eu não conseguia desviar o olhar daquela coisa, pensando nessas questões.


Um secretário do Governo do Estado se manifestou contra a presença desse trambolho na Baia da Guanabara, alegando que a Constituição Federal proibe uso militar da energia nuclear em território brasileiro. Sei que ele está sendo oportunista, tentando apenas chamar para si os holofotes. Por que não questiona a função da máquina em si? Será que isso não é questão de Estado? Ele está até certo no seu questionamento, mas acredito que, além disso, existe uma questão moral, de ética, de valorização do ser humano que não foi posta em questão pelo secretário.


O Consulado norte-americano divulgou uma nota que parece inocente, mas que guarda em si um profundo desrespeito por todos aqueles que são ou foram vítimas do terrorismo de Estado patrocinado pelos EUA. Eis a nota, o grifo que é meu e a fonte da nota:


"Navios norte-americanos movidos à energia nuclear têm operado com segurança por mais de 50 anos sem acidentes em seus reatores ou qualquer vazamento de radioatividade com efeitos em seres humanos, vida marinha ou no meio ambiente em geral. Esses navios têm um histórico excelente de mais de 138 milhões milhas navegadas com energia nuclear (o equivalente a 5 mil voltas ao redor da Terra). Ele são bem-vindos em mais de 150 portos de 50 países e territórios por todo o mundo."



Pois eu digo a quem interessar: não são bem vindos coisa nenhuma e eles sabem disso. Perguntem as pessoas que tiveram parentes vitimados por essa coisa. Os crimes que cometem no mundo, com o silêncio conivente das outras nações, particularmente aquelas da ONU, organização fantoche situada lá mesmo nos EUA. Espero que se retirem o mais depressa possível!


Gostaria sim, de um dia, receber a visita de toda aquela tripulação, quando estiverem com outra mentalidade e visão de vida. Quando respeitarem a vida humana, enxergando dignidade nas pessoas e não "terroristas" em potencial. Quando vierem desarmados serão bem vindos!


Um comentário:

Lúcio disse...
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