segunda-feira, 21 de abril de 2008

Comoções públicas (2)

Conforme o prometido, mais algumas considerações a respeito do caso, já muito discutido. Não me lembro exatamente em qual mídia foi, mas ví que que muitos dos populares que estavam acompanhando o caso, nos deslocamentos dos acusados para deporem na Polícia, estavam mais preocupados em "aparecer na televisão ou nos jornais" que propriamente com o que estava ocorrendo. Pessoas que gritavam "assassinos" e outras coisas, assim que terminavam seus "protestos" estavam rindo, agindo naturalmente, descoladas do que estava acontecendo. O que é isso? Banalidade do mal? Desrespeito com a dor e a memória alheias? As pessoas se valem desses momentos para acenarem para fotógrafos, pedem para serem ouvidos e caem no lugar comum das idéias que esses mesmos setores da mídia ficam propalando? Querem falar o que os repórteres querem ouvir? São todos desempregados que estavam lá? E as suas atividades, interromperam-nas para ficarem lá, dando palpites com bases nos seus achismos? Por que as pessoas não aproveitam melhor o tempo de que dispõem? Ficar alimentando esses comentários de revanchismo e vingança não ajuda em nada.
Que tal se, ao invés dessa postura, não procurassem discutir, nas suas "rodas de socialização", o que leva alguém a fazer isso com uma criança. Por que não pensarem em que medida são responsáveis pela violência social que tanto condenam, na medida em que lhe dão abrigo em seus cotidianos, na forma de discussões no lar, ou em qualquer outro local, nos palavrões que falam, nas maneiras disfarçadas da violência que a maioria de nós costuma cultivar de maneira quase imperceptível nas suas vidas? Penso que uma atitude sadia é pensar e concretizar soluções, ao invés de se ficar repisando problemas ao infinito. Como EU posso ser menos violento no meu cotidiano?

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