domingo, 1 de abril de 2007

O Irã e os marinheiros britânicos


Os meios de comunicação vem noticiando a prisão dos marinheiros britânicos que estariam ilegalmente, segundo o governo iraniano, nas águas do país. Essa questão nos leva a algumas ponderações.


Os britânicos, fiéis escudeiros do xerife do mundo, os Estados Unidos da América, vem reclamando a liberdade desses marinheiros. Eu fico pensando de forma ingenuamente intencional, o que estaria fazendo por ali esses militares. O governo britânico alega que estavam em território iraquiano (como se fosse natural a presença deles ali). Sabemos, no entanto, da crescente tensão envolvendo o programa nuclear iraniano.


Não defendemos o aprisionamento dos militares e não concordamos com um programa nuclear que não seja com fins pacíficos (a intenção é subjetiva, não é detectável de forma clara). Somente que um aspecto da questão não é analisada: a atitude imperialista dos Estados Unidos e da Inglaterra, que se imiscuem nos assuntos do mundo de forma escancarada, com o silêncio complacente dos demais países que se dizem desenvolvidos. A rejeição do Oriente Médio e a crescente escalada do fundamentalismo islâmico se relaciona diretamente com a mesma crescente radicalização das direitas dos países que se pretendem modelos de democracia expoertáveis para o mundo. Não vamos perder de vista a História. Procuremos analisar os antecedentes dos nossos "modelos democráticos" quando nos defrontarmos com notícias do tipo, a fim de que não compremos discursos prontos e mastigados. Os países subdesenvolvidos ou em processo de desenvolvimento (uma falácia que de propósito eu reproduzi, pois que é impossível atingir os níveis dos desenvolvidos) foram espoliados por europeus, norte americanos e japoneses. Querer ficar longe de quem os maltratou toda vida é compreensivel. ´quando quiserem ajudá-los de verdade, ai sim, os procure, e resgatem a dívida histórica que possuem com eles. Mundo melhor não existe com as desigualdades que o sistema alimenta.

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