sábado, 13 de dezembro de 2008

Nem começou e já preocupa



Como é do conhecimento de todos, a cidade do Rio de Janeiro elegeu o novo prefeito, o Sr. Eduardo Paes, do PMDB, partido que já se encontra à frente do governo do Estado por longos anos, graças a amnésia que parece sofrer a coletividade. É possível que muitos de nós tenhamos votado com toda alegria ou, pelo contrário, fugido de o escolher como "o diabo da cruz" pelo mesmo motivo: O homem prometeu de tudo! O jornal O Globo, numa excelente iniciativa contra a amnésia coletiva, publicou em seu site na internet as maravilhosas 83 promessas de nosso futuro prefeito (http://oglobo.globo.com/pais/eleicoes2008/mat/2008/10/26/as_principais_promessas_feitas_por_eduardo_paes_durante_campanha-586132651.asp).

No entanto, uma vez garantido o emprego, nosso digníssimo já deu mostras de que as coisas não seriam como ELE mesmo prometeu. Quando assumiu a sua futura secretária de educação, aquele que seria seu primeiro ato, o fim da aprovação automática, não o será mais... isso se levarmos em conta as declarações de Cláudia Costin (especialista em políticas públicas Foi ministra da Administração Federal e Reforma do Estado durante o governo Fernando Henrique em 1998 em 1999 - cf.: http://oglobo.globo.com/rio/mat/2008/11/27/confira_os_secretarios_ja_anunciados_por_paes-586577032.asp). No entanto, não se sabe com qual objetivo (não quero pensar que seja para confundir!) o Jornal do Brasil de hoje dá conta da extinção da polêmica medida (http://jbonline.terra.com.br/extra/2008/12/07/e07129596.html). Onde devemos nos situar? Podemos confiar em quem? Teremos que esperar para ver?

No que diz respeito aos servidores públicos pareceu que seria um mar de rosas, conforme a promessa n° 61 da lista, a saber: "Manter todos os benefícios do governo atual aos servidores municipais, como carta de crédito, plano de saúde, não cobrança da contribuição previdenciária dos inativos, e dar reajuste salarial anual. Não unir a previdência municipal à do estado." No entanto, as conversas preliminares já dão conta de que a coisa será um pouco diferente... Poquíssimo tempo depois de eleito, parece que nosso futuro prefeito sofreu de um lapso de memória, afinal, não foram poucas as promessas. Assim, a venda de licenças-prêmio, a gratificação de 50% prevista para a Guarda Municipal e outras (ver http://odia.terra.com.br/rio/htm/servidor_vai_perder_beneficios_recentes_216129.asp) estão comprometidas, com o argumento de que a Prefeitura será assumida com pouca grana.

Algo que pode causar algum estranhamento também é a quantidade de políticos com alguma relação com o PSDB no secretariado do novo governo. Luiz Antônio Guaraná na Secretaria de Obras e Pedro Paulo na Casa Civil. Com participação nos governos Fernando Henrique Cardoso temos a Cláudia Costin na Secretaria de Educação e Paulo Jobim Filho na Secretaria de Administração Pública. Um dos pontos que a campanha do prefeito eleito foi a crítica sistemática da participação de tucanos nos governos César Maia e as eventuais consequências negativas disso. Não sei como Eduardo Paes lida com essa contradição.

Resta-nos torcer para que ocorra efetiva fiscalização das atitudes e declarações do novo prefeito, bem como dos vereadores eleitos, afim de que, ao término dos mandatos possamos fazer um balanço eficaz de seus atos e darmos para eles aquilo que merecerão, os nossos votos ou o nosso desprezo político. Por hora, ficamos na expectativa, no otimismo natural de todo ser humano por dias melhores!


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